terça-feira, 9 de junho de 2015

CULTURA DO FEIJOEIRO



   O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) é um dos mais importantes componentes da dieta alimentar do brasileiro, por ser reconhecidamente uma excelente fonte protéica, além de possuir bom conteúdo de carboidratos, vitaminas, minerais, fibras e compostos fenólicos com ação antioxidante que podem reduzir a incidência de doenças. A maioria dos cultivares de feijão apresenta em torno de 25% de proteína, que é rica no aminoácido essencial lisina, mas pobre nos aminoácidos sulfurados. Essa deficiência, contudo, é supridos pelo consumo dessa leguminosa com alguns cereais, especialmente o arroz, o que torna a tradicional dieta brasileira, o arroz com feijão, complementar, no que se refere aos aminoácidos essenciais.

   Áreas de domesticação e diferenciação ocorrem em altitudes entre 500 a 1800 m na América Central e norte da América do Sul, com uma alta freqüência de tipos selvagens registrada em altitude de cerca de 1200 m (Miranda, 1974). P. aborigineus, um possível ascendente selvagem do feijão comum, está distribuído geograficamente em toda a América Latina.

   O feijão chegou ao continente africano através do Brasil, na rota inversa a do tráfico de escravo e possivelmente em tempos anteriores chegou à Ásia via Filipinas. A espécie consumida principalmente como vagens imaturas em países europeus de clima temperado e chegou nessa região possivelmente no século XVI e foi introduzida na Califórnia pelos espanhóis vindo da América.

IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
   Além do papel relevante na alimentação do brasileiro, o feijão é um dos produtos agrícolas de maior importância econômico-social, devido principalmente à mão-de-obra empregada durante o ciclo da cultura. Em algumas regiões do Brasil, esta cultura é a principal sendo utilizada como planta de subsistência, garantindo proteína barata a muita gente a ajudando no orçamento mensal da família.

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
Classificação:
Divisão: Angiospermas
Tribo: Fhaseoleae
Classe: Dicotyledoneae
Ordem: Rosales
Família: Leguminosae
Gênero: Phaseolus
Espécie: (Phaseolus vulgaris )
Nome vulgar: Feijão comum
O feijão é uma planta dicotiledônea, herbácea, anual.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DA PLANTA
   RAIZ – O sistema radicular é pivotante, com raiz principal bem desenvolvida. Esta se ramifica com grande intensidade, originando raízes secundárias que crescem horizontalmente até atingir 40 –75 cm de comprimento e, posteriormente, se aprofundando no solo, atingir mais de 1 m. Pode aparecer também, raízes terciárias e quaternárias. Cerca de 60 – 70% das raízes funcionais do feijoeiro encontram-se nos primeiros 10 – 20 cm de profundidade. Uma das características marcantes do sistema radicular é a formação de nódulos de bactérias fixadoras de nitrogênio (N) atmosférico. Os nódulos destacam-se facilmente das raízes e apresentam coloração interna rósea e esverdeada.

   CAULE – herbáceo, com porte variável, de 0,60 a 2,0 m. Apresentam pubescência de coloração cinza, marrom, de grande importância para a caracterização de cultivares.
   
   FOLHAS – o feijoeiro apresenta 3 tipos principais de folhas:
1 – Cotiledonares (2 folhas): responsáveis pela nutrição e fornecimento de
energia para o desenvolvimento inicial da planta.
2 – Unifolioladas (2 folhas): formato oval, opostas, surgem no primeiro nó
das folhas cotiledonares.
3 – Trifolioladas: dispostas de forma alternada, tanto na haste principal como
nas ramificações.
Tanto as folhas cotiledonares como as unifolioladas aprestam vida efêmera (curta), amarelecem e caem durante o início do desenvolvimento vegetativo. As trifolioladas, durante o processo de maturação, tornam-se amarelas e caem quando as vagens estão completamente maduras.

   FLORES – são dispostas em racemos (inflorescência indefinida) axilares e/ou terminais; os axilares formam-se a partir de gemas floríferas localizadas em pontos de intersecção dos ramos laterais, enquanto que o terminal ocorre na extremidade da haste principal. A flor do feijão é naturalmente autofecundada, podendo ocorrer cruzamentos naturais, geralmente favorecidos pela presença de insetos.

   FRUTOS – São vagens de crescimento variável, de 10 a 20 cm, recurvada ou não, terminada geralmente em bico proeminente e de lados convexos: quando madura, apresenta geralmente a cor amarelada, podendo, todavia, ter outras colorações.

   SEMENTES – Possuem forma ovalada ou achatada e superfície lisa de coloração amarela, rajada, roxa, marrom, verde, preta, etc. Apresentam hilo não saliente, com 3 – 4 mm de comprimento, cuja coloração marrom, marrom claro, preto e preto imperfeito servem para identificação.

domingo, 7 de junho de 2015

CULTURA DO ARROZ


O arroz (Oryza sativa L), é segundo cereal produzido no mundo superado apenas pelo o milho O cultivo do arroz está intimamente envolvido na cultura, alimentação e economia de vários povos.
Das plantas que se aproveita o grão, é a única cultivada quase que exclusivamente para a alimentação humana. Constitui a dieta básica de mais de 3,0 bilhões de pessoas. É usado na indústria de álcool, perfumarias, bebidas (cerveja, saquê) vinagre, acetona, farinhas alimentícias, etc. Os grãos "in natura", devido a proteção da casca, não sofrem facilmente o ataque das pragas dos grãos armazenados como acontece com o milho e sorgo.
É considerado um alimento leve, devido à fácil digestão, sendo por isso recomendado para crianças e pessoas idosas.

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
Classe: Monocotiledônea
Ordem: Glumiflorae
Família: Poaceae (Gramineae)
Gênero: Oryza
Espécie: Oryza sativa

MORFOLOGIA DA PLANTA
O arroz cultivado é considerado uma gramínea anual semi-aquática. Quando cultivado que em regiões tropicais pode sobreviver como perene, produzindo novos perfilhos a partir dos nós, após a colheita. Quando atinge a maturação a planta de arroz possui um caule principal e alguns perfilhos. Cada perfilho produtivo possui uma inflorescência terminal ou panícula e a altura da planta varia de 40 cm a 5 m nos arrozes flutuantes. Os estágios de desenvolvimento da planta se dividem em vegetativo (fases de germinação, plântula e perfilhamento) e estagio reprodutivo (iniciação e formação da panícula).

RAIZ
O sistema radicular do arroz é do tipo fasciculado, constituído de raízes seminais oriundas do embrião, de vida efêmera (Figura 03) e de raízes secundárias com ramificações abundantes, oriundas dos primeiros nós do colmo, formando o sistema radicular definitivo da planta (Figura 04). Nas cultivares de sequeiro predomina um sistema radicular mais desenvolvido do que nas cultivares irrigadas, característica importante para melhor resistir a seca.

CAULE
O caule do arroz é tipo colmo, formado de nós e entrenós. Os entrenós variam em comprimento dependendo da variedade e condições ambientais, e geralmente aumentam da base para a parte terminal da planta. O número de entrenós varia de 13 a 16, tendo os últimos 4 a 5 entrenós comprimento longo. Em situações onde ocorre uma elevação rápida do nível da água as variedades adaptadas para cultivo em águas profundas têm os entrenós mais baixos com comprimento de até 30 cm. Em cada nó existe uma folha e uma gema capaz de emitir perfilhos e raízes. Os entrenós são ocos. O número e o comprimento dos entrenós determinam a altura das plantas e dependem da variedade e do ambiente.
A inundação profunda no estádio inicial de crescimento da planta induz o alongamento dos entrenós. O comprimento, diâmetro e espessura dos entrenós determinam a resistência ao acamamento.
Os perfilhos nascem dos nós inferiores, alternadamente, sendo que do colmo principal saem os perfilhos primários, destes originam-se perfilhos secundários que por sua vez poderão emitir perfilhos terciários e assim sucessivamente. A quantidade de perfilhos emitidos por uma planta depende da variedade e do ambiente. A fase de perfilhamento começa logo que o a plântula atinge a capacidade de auto-suficiência e geralmente termina com o inicio da formação da panícula. O desenvolvimento dos perfilhos inicia quando a plântula possui 5 folhas. Embora os perfilhos permaneçam ligados ao caule principal eles tornam-se independentes porque possuem as suas próprias raízes. O número de perfilhos é um fator varietal, mas também é influenciado pôr fatores ambientais como espaçamento, luz, nutrientes e práticas culturais.

FOLHAS
As folhas do arroz são invaginadas, dispostas no colmo alternadamente em cada nó. O número de folhas por colmo varia de 6 a 12, sendo que o colmo principal possui mais folhas do que perfilhos.
A folha é constituída de bainha, lâmina e zona de união com lígula e aurícula (Figura 05). A lígula e a aurícula servem para diferenciar as plantas de arroz, do capim arroz (Echinocloa sp), uma das principais invasoras do arroz, que não as possui. A última folha, chamada de folha bandeira, Figura 06, permanece ereta depois da maturação. O ângulo de inserção da folha é importante no aproveitamento da radiação solar e na fotossíntese. Folhas eretas tornam as plantas mais produtivas do que folhas horizontais. Folhas curtas e estreitas está associado com folhas eretas, portanto desejáveis.
A superfície foliar é avaliada pelo índice de área foliar (IAF) que é influenciado pelo espaçamento, densidade de plantio e adubação.

INFLORESCÊNCIA
A inflorescência do arroz é uma panícula ramificada com espiguetas dispostas ao longo das ramificações. A espigueta é unifloral sendo envolvida por lema e pálea que formam a casca da semente. A panícula do arroz é ereta inicialmente e pendente quando há a formação dos grãos. O número de grãos por panícula varia em média de 100 a 150. Através dos componentes da panícula é possível estimar a produção de grãos de uma determinada área, conforme a seguir:
Produção(t/ha) = no. panículas/m2 x no. grãos/panícula x % de grãos cheio x peso de 1000 grãos (g) x 10-5.

FLOR
A flor da planta de arroz é envolvida pelas glumas (pálea e lema) e constituída de 6 anteras e 1 ovário contendo 1 óvulo e estilo curto com 2 estigmas plumosos. Na base do ovário existem 2 estruturas chamadas lodículas que quando se intumesce provocam a abertura da flor, que dura de 1 a 2 horas. A flor do arroz é normalmente autopolinizada, porém podem ocorrer cruzamentos naturais, que varia com a variedade e condições ambientais. Estudos conduzidos nos Estados Unidos mostraram a existência de uma taxa de cruzamento natural variando de 0 a 3,0%, com média de 0,5%. O período de abertura das flores de uma panícula varia de 7 a 10 dias.

SEMENTE
A semente de arroz é um fruto-semente chamada cariopse, envolvida pela casca, que é constituída de lema e pálea com suas estruturas associadas (glumelas, ráquila e arista). O peso da casca representa aproximadamente 20-30% do peso do grão. É parte ainda da semente o pericarpo, o endosperma e o embrião. O pericarpo é constituído de fibras com pigmentos avermelhados, envolve o endosperma, e normalmente é removido durante o beneficiamento, para conferir melhor aparência ao grão. O tamanho, forma e peso da semente variam com a variedade e condições ambientais.
Comercialmente as sementes de arroz são classificadas em longas, médias e curtas.
As sementes de arroz germinam sob condições anaeróbicas, solos alagados, mas o crescimento subseqüente é prejudicado. Trabalhos conduzidos no Rio Grande do Sul mostram que o tratamento das sementes com CaO2 (peróxido de cálcio) pode melhorar a emergência das plântulas em solos inundados.

FASES DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PLANTA DE ARROZ.
O crescimento e desenvolvimento da planta podem ser divididos em 3 fases: vegetativa, reprodutiva e de maturação.

FASE VEGETATIVA
Inicia-se com a germinação das sementes, passa pelo perfilhamento e alongamento do colmo, terminando com a diferenciação do primórdio floral

O processo de germinação dura de 5 a 7 dias e pode não ocorrer devido a problemas de dormência causada por uso de sementes recém colhidas. A dormência depende ainda da variedade, umidade na colheita e temperatura (baixa na maturação e altas na floração favorece a dormência). Outras causas de dormência: falta de oxigenação provocada pela lema e pálea e presença de inibidores (ácido abscíssico na casca). A quebra na dormência pode ser conseguida através do tratamento térmico (500 C durante 4-5 dias); tratamento químico (imersão em solução 0,1N de HNO3 durante 16-24 horas).
O perfilhamento começa com as plantas no estágio de 4-5 folhas e depende da cultivar, temperatura, nutrientes radiação solar e densidade de plantio. A presença de fósforo favorece o perfilhamento.
FASE REPRODUTIVA
Inicia-se com a diferenciação do primórdio floral e termina com o inicio da floração O inicio do primórdio floral pode começar antes ou após o perfilhamento máximo, dependendo da cultivar. A situação ideal seria aquela em que o inicio da floração coincidisse com o fim do perfilhamento máximo. Durante a fase reprodutiva ocorre alongamento dos entrenós e folhas, emborrachamento, aparecimento da panícula e abertura das flores. Essa fase tem inicio 40-45 dias após a germinação, em variedades de ciclo precoce (105-110 dias), e nela é determinado o número de espiguetas. É afetada por temperatura e radiação solar baixa e deficiências de água e nitrogênio.
FASE DE MATURAÇÃO
Nessa fase ocorre o enchimento e maturação dos grãos que passa pelos estágios de grão leitoso, grão pastoso e grão maduro. No grão maduro o endosperma apresenta coloração branca e o seu teor de umidade varia de 20-25%. Se o grão permanecer no campo após a maturação pode tornar-se quebradiço, apresentar baixo rendimento industrial e ocorrer degrane.
O maior parte dos carboidratos do grão é produzido durante a fase de maturação. Entretanto carboidratos armazenados no colmo e outras partes da planta, antes da floração podem ser translocados para os grãos.
A qualidade da semente torna-se prejudicada se a umidade na colheita for inferior a 16%, por apresentar baixo vigor e germinação. O aparecimento de perfilhos pode ocorrer, se o arroz permanecer no campo por muito tempo após a maturação.

PREPARO DO SOLO
Arroz irrigado - O preparo é geralmente feito com uma aração seguida de uma gradagem. Se houver necessidade, faz-se um nivelamento antes da semeadura. O entaipamento é feito depois da semeadura. Em solos alagados o preparo é feito com equipamentos especiais, trator com tração positiva e pneus arrozeiro ou sobre-rodas.
Arroz de sequeiro - Recomenda-se proceder a uma aração logo após a colheita, para incorporar os restos de cultura melhorando as características físicas e químicas do solo. A soqueira deve ser destruída com roço ou grade leve. Próximo ao plantio realizar a gradagem para controlar as plantas daninhas e destorroar o solo.

SEMEADURA
ÉPOCA:
Ø  Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul - set/out.
Ø  São Paulo e Minas Gerais - out/nov.
Ø  Nordeste - início das chuvas (arroz de sequeiro)

sábado, 6 de junho de 2015

CULTURA DA SOJA



   Planta originária na China, o cultivo da soja foi tão importante na China antiga a ponto de se tornar a base da alimentação do seu povo.
   Por milênios seu uso se restringiu apenas a China, até que, no século da nossa era começou a se espalhar por outras regiões da Ásia, tais como Índia, Ceilão, Cochinchina, Malásia etc. Na Europa foi conhecida a partir de 1739, nos EUA em 1804 e no Brasil chegou em 1882.
   Os maiores produtores mundiais são o Brasil, Estados Unidos e a China, respondem por mais de 90% da produção.
   No Brasil os maiores produtores são os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Mato Grosso. A crescente demanda de proteínas para a alimentação animal e o aumento da procura de óleos vegetais para a alimentação humana, bem como o elevado índice de mecanização da cultura, contribuíram para o crescimento da produção.
   CLASSIFICAÇÂO BOTÂNICA
Planta dicotiledônea, herbácea, anual.
FAMILIA: Leguminósea
SUB-FAMILIA: Faboideae
GÊNERO: Glycine
ESPÈCIE: Glycine Max (L)
   CLASSIFICAÇÂO MORFOLOGICA
Raízes
   Sistema radicular pivotante, com raiz principal bem desenvolvida. Se ramifica com grande intensidade, originando raízes secundarias que crescem horizontalmente até atingir 40 – 75 cm de comprimento, posteriormente, se aprofundando no solo, atingindo profundidade de até 1,80 m. podem ter também raízes terciarias e quarternárias. Uma característica marcante é a formação de nódulos de bactérias fixadoras de nitrogênio (N) atmosférico, os nódulos destacam-se facilmente das raízes e apresentam coloração interna rósea e esverdeada.
Caule
   Herbáceo a sub-lenhoso, com porte variável, de 0,30 a 1,80 m. Apresenta pubescência de coloração cinza, marrom, de grande importância para caracterização de cultivares.
Folhas
   Apresenta três tipos principais de folhas:
1 – Cotiledonares: (2 folhas): responsáveis pela nutrição e fornecimento de   
      energia para o desenvolvimento inicial da planta.

2 – Unifolioladas: (2 folhas): formato oval, opostas, surgem no primeiro nó    das folhas cotiledonares.

3 – Trifolioladas: dispostas de forma alternada, tanto na haste principal como nas ramificações.

            Tanto as folhas cotiledonares como as unifolioladas apresentam vida efêmera (curta).  Amarelecem e caem durante o início do desenvolvimento vegetativo.  As trifolioladas, durante o processo de maturação, tornam-se amarelas e caem quando as vagens estão completamente maduras.
Flores
   São dispostas em racemos (inflorescência indefinida) axilares e/ou terminais; os axilares formam-se a partir de gemas floríferas localizadas em pontos de intersecção dos ramos laterais, enquanto que o terminal ocorre na extremidade da haste principal. O número de flores geralmente é superior ao número de vagens que chegam a maturação. As flores são brancas e roxas.
   A flor da soja é naturalmente autofecundada, podendo ocorrer cruzamentos naturais geralmente favorecidos pela presença de insetos, mas sua porcentagem dificilmente supera 1%. 0,5% fileiras adjacentes; 1% plantas cultivadas em contato íntimo.
 Cada inflorescência apresenta, em média, de 8 a 16 flores.

   Cleistogamia: fenômeno pelo qual a polinização acontece antes da abertura da flor, implicando em autopolinização obrigatória.

Frutos
   São vagens pubescentes, variáveis quanto ao tamanho (2 a 7 cm de comprimento) e a coloração (cinza, marrom, amarelo-palha e preto).  O numero de vagens por inflorescência é variável de 2 a 20. Encerram 1 a 5 sementes, mas predominam, nos cultivares atuais, 2 a 3 sementes por vagens.

Sementes
   Possuem forma ovalada, achatada ou globosa e superfície lisa de coloração amarela, marrom, verde ou preta.  Apresentam hilo não saliente, com 3 – 4 mm de comprimento, cuja coloração marrom, marrom claro, preto e preto imperfeito servem para identificação.

DESENVOLVIMENTO DA PLANTA
     Semeadura                      Emergência                  05 – 7 Dias
     Emergência                     Inicio do Florescimento  40 – 70 Dias 
    Inicio do Florescimento    Final do Florescimento   30 – 40 Dias   
    Início do Florescimento    Início da Frutificação     10 – 15 Dias
     Início da Frutificação       Maturação                     40 – 70 Dias




  


sexta-feira, 5 de junho de 2015

CULTURA DO TRIGO


Planta originária do Oriente Médio (Ásia), cultivada há mais que 500 anos na Síria e de grande importância para povos babilônicos e egípcios (era dos faraós). É um dos principais alimentos da humanidade, ocupa 20% da área cultivada no mundo. Sua produção está em torno de 600 milhões de toneladas/ano tendo como principais produtores mundiais a Rússia (Ucrânia), Estados Unidos da América, China, Índia e França (juntos ofertam 60% da produção).
No Brasil sua produção concentra-se no Sul e Centro-Sul do país tendo como principais, produtores os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo. A região Sul é responsável por 90% da produção nacional brasileira. 

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
  Trigo, planta anual, Herbácea, autógama, Angiosperma.

            - Classe - Monocotyledoneae  (Loliateae)
            - Sub-classe - Commelinidae
            - Ordem - Graminales  (Cyperales)
            - Família - Gramineae  (Poaceae)
            - Tribo - Hordéas  Triticeas)
            - Gênero - Triticum
            - Espécie - Triticum aestivum L.   Triticum aestivum vulgare  (Hoost)

IMPORTÂNCIA  E  USOS DO TRIGO:
O trigo fornece cerca de 20% das calorias proveniente de alimentos consumidos pelo homem, possui uma proteína - glútem - não encontrada em outros grãos, o que faz do trigo componente indispensável para muitos alimentos. O trigo é útil ao homem através de seus derivados imediatos, farinhas (branca e integral) e triguilho. Com as farinhas preparam-se diversos tipos de pão, macarrão, talharim, capeletes e raviólis, carne de trigo (glúten), café de trigo, canjicas, bolos, esfihas, massas (para tortas, empadas, pastéis), panquecas, pizzas e outras. Com o triguilho preparam-se quibes, torta de quibe, tabule, outros.
Farelo de trigo (subproduto da obtenção da farinha branca) ou trigo integral adicionado diariamente a mingaus, sopas, outros (1 a 5 colheres de sopa) proporciona bom funcionamento do aparelho digestivo do homem prevenindo doenças do colon e reto, apendicites, problemas cardíacos, entre outros. O farelo de trigo é usado em arraçoamento de bovinos, suínos e aves; a palha do trigo pode ser devolvida ao solo (matéria orgânica), ou ser usada como cama para instalação de animais.

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO TRIGO

Raízes
      Composta de  3   formações de raízes.
Raízes temporárias, seminais ou terciáriasFormam-se a partir da radícula do embrião da semente, logo após a germinação, são pouco ramificadas, e nutrem a planta na fase inicial, destacando-se posteriormente.  São  5  ou  6  raízes, composta de uma raiz principal e  2  pares laterais. (fig. 1.c).
Raízes secundarias ou permanentesOriginam-se dos nós subterrâneos do colmo.  Formam o verdadeiro sistema radicular que é do tipo fasciculado, ramificado e desenvolvido.  Atinge até  1,50 m  de profundidade, mas sua maior concentração é nos primeiros 60 cm de profundidade,  sendo 80% nos primeiros 15 cm.
Raízes terciárias ou adventíciasOriginam-se a partir dos nós inferiores do colmo, logo acima ou próximo da superfície do solo.  Sua principal função é sustentar a planta no solo, porém, dão origem a radicelas que auxiliam na nutrição da planta.

Colmo
Geralmente ereto, composto de  5  a  7 nós, e internódios ou meritalos fistulosos seu comprimento varia de  0,60  a  1,50 m. 
O trigo tem capacidade de emitir, a partir da região da coroa, colmos secundários ou afilhos (perfilhos) cujo numero varia de 4  a  8, em função de fatores genéticos, ambientais e tratos empregados.
          
Folhas
São alternadas, lanceoladas e paralelinérveas, uma folha em cada nó do colmo.  Suas partes são:
a)  BainhaSemi-amplexicaule (envolve quase totalmente o colmo). Pode ser glabra ou pilosa. (com pelos ou sem pelos).
b)  Lígula:  Ocorre na junção da bainha com a lamina. Tem como função proteger a bainha contra a entrada de insetos e água.
c)  Laminalanceolada, paralelinérveas.
d) Aurícula:  Ocorrem duas aurículas na base da lígula e são providas de pelos.  São apêndices laterais da base do limbo. 

Inflorescência
Tipo panícula ou espiga terminal, com  6  a  8 cm de comprimento.  Apresenta um eixo principal denominados de raquis, donde partem as espiguetas.
As flores são hermafroditas, autógamas, podendo ocorrer de  4  a  5%  de fecundação cruzada.  A fecundação pode ocorrer antes ou após a abertura da flor.

Grãos  (ou Sementes)
O fruto é do tipo cariopse, de forma ovalada e secção variável, com extremidades delgadas segundo a espécie, apresenta um sulco longitudinal que termina numa das extremidade pelo embrião e na outra por uma mecha pilosa (pincel).

DESENVOLVIMENTO DA PLANTA
a)  Plântula: germinação da semente a emergência da plantinha na superfície (5 a 7 dias): a partir da emergência dá-se à fase de plântula - aparecimento das 3 primeiras folhas   verdadeiras (12 a 16 dias).
b)  Perfilhamento: abrem-se as folhas, surgem os perfilhos (4 a 8 unidades), a fase dura de 15 a 17 dias.
c)  Alongamento: primeiro nó do colmo, planta cresce, aparece a folha - bandeira (última da planta). Fase dura 15 a 18 dias. No final dá-se o emborrachamento.
d) Espigamento: emergência completa da espiga, floração, frutificação e início de enchimento dos grãos. Dura 12 a 16 dias.
e) Maturação: termino de enchimento dos grãos, maturação do grão, folhas e espiga secam. Fase dura 30 a 40 dias.
  
SOLO
Com exceção dos solo encharcados ou muito arenosos, quase todos os solo das regiões tritícolas do Brasil se prestam ao cultivo do trigo.
Quanto a acidez, a cultura encontra  uma faixa de pH bom para seu desenvolvimento variando de 5,5  a  6,5.

CULTURA DO MILHO



O milho é dos cereais mais importantes do mundo, justificando seu extenso cultivo e sua grande produção. Devido sua riqueza nutricional e a ampla utilização que permite, tornou-se uma das plantas mais bem estudadas em todos os aspectos. Além do mais, o avanço tecnológico e cientifico permitiram a utilização de uma gama de sub-produtos importantes, oriundos da matéria-prima “milho”.
O milho é de origem americana; há algumas divergências entre a América do Sul e Central, sendo os paises mais prováveis o Peru e México. Existem citações que o cultivo de milho vem desde 4000 anos na América Central; foi base alimentar dos Ameríndios (Incas, Astecas e Maias).
Cristóvão Colombo encontrou em Cuba, sementes de milho (que os nativos denominavam “Mahis”) e levou para a Europa. No século XVI difundiu-se pela Espanha, França e Itália e daí pela Ásia, África e Oriente. No inicio como planta ornamental e depois que foi descoberto seu valor alimentício passou a ser cultivado. O nome adotado pelos cientistas provém das tribos indígenas brasileiras, que chamavam de “MAIZ”, isto é, mãe, vida, ou aquilo que nos sustem. Daí, Zea mays L.
O Brasil se destaca na produção deste cereal a nível mundial devido ao clima favorável e pela grande demanda do mesmo tornando o país um dos principais produtores. As regiões brasileiras mais produtoras são: Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás.

CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA

O milho é uma planta monocotiledônea, herbácea, anual, monóica (órgão masculinos e femininos na mesma planta, porem em partes distintas) e alógama (de polinização cruzada). 

Classificação: Ordem: Graminales 
Família: Poacea (gramineae)
Sub-família: Panicoideae
Tribo: Andropogoneae (Maydeae)
Sub-tribo: Tripsacine
Gênero: Zea
Espécie cultivada: Zea mays L.


DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO MILHO

A planta do milho é dividida da seguinte forma:
Sistema radicular
O sistema radicular é fasciculado, abundante, não muito profundo. Normalmente atingem cerca de 40 cm de profundidade e 50 cm de raio, sendo que a maior concentração encontra-se de 15 a 30 cm de profundidade, conferindo pouca resistência à seca. Pode atingir de 1,5 a 3,0 m de comprimento.

Distingue-se 3 modalidades de raízes:
Primárias: (ou seminais ou germinativas) – É o desenvolvimento da radícola e surgem durante a germinação. A primeira delas aparece no extremo do grão e em seguida aparecem várias na base do mesocótilo. Essas raízes logo são substituídas pelas permanentes.
Permanentes: (ou secundárias) – Surgem nos primeiros nós do colmo na região da coroa. São ramificadas e desenvolvidas.
Estas raízes merecem atenção especial na obtenção de híbridos, pois é importante que o sistema radicular penetre na máxima profundidade do solo, garantindo uma maior resistência à seca e vento.
Adventícias: (Terciárias ou esporões ou suportes) – Desenvolvem-se nos nós inferiores do colmo, próximo à superfície do solo. Tem a função de sustentar a planta mas, ao atingirem o solo se ramificam ajudando na absorção de nutrientes. As plantas de porte mais alto emitem mais raízes adventícias que as de porte baixo. O chegamento de terra no pé das plantas força o enraizamento das raízes adventícias, sendo benéfico. Normalmente surgem no pendoamento.

Caule
Ereto, no inicio é cilindro e depois adquire a forma ovalada, com nós e meritalos (entre nós) internamente esponjoso e adocicado. Raramente perfilha. Cada nó abaixo do solo produz raízes e folhas embrionárias; os nós logo acima do solo podem produzir raízes adventícias. A altura varia em média de 1,20 a 3,00 m; no entanto, ha citações de milho com até 5,5 m de altura. Geralmente a altura esta relacionada com o ciclo vegetativo; assim variedades ou híbridos de ciclo longo e forrageiro, são as que apresentam maiores alturas.

Folhas
São alternadas, inseridas nos nós. Possuem bainhas, limbo lanceolado e nervura principal com canaleta. Na união do limbo com a bainha há a lígula que restringe a entrada de água e sol, reduz a perda por evaporação. Logo acima da lígula há uma região em forma de V em direção à nervura principal que é a aurícula, que da mobilidade lateral a folha. O comprimento da folha varia de 40 a 90 cm e a largura de 6 a 10 cm. O numero de folhas varia conforme a variedade; encontra-se de 7 a 25 folhas por planta.

Inflorescência
O milho é uma planta monóica, apresenta flores masculinas e femininas na mesma planta, porém em partes distintas. É uma planta alógama (polinização cruzada). É considerada prolífera, por ter a capacidade de produzir mais de uma espiga por planta.