O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) é um dos
mais importantes componentes da dieta alimentar do brasileiro, por ser
reconhecidamente uma excelente fonte protéica, além de possuir bom conteúdo de
carboidratos, vitaminas, minerais, fibras e compostos fenólicos com ação
antioxidante que podem reduzir a incidência de doenças. A maioria dos
cultivares de feijão apresenta em torno de 25% de proteína, que é rica no
aminoácido essencial lisina, mas pobre nos aminoácidos sulfurados. Essa
deficiência, contudo, é supridos pelo consumo dessa leguminosa com alguns
cereais, especialmente o arroz, o que torna a tradicional dieta brasileira, o
arroz com feijão, complementar, no que se refere aos aminoácidos essenciais.
Áreas de domesticação e diferenciação ocorrem em altitudes entre 500 a 1800 m na América Central e norte da América do Sul, com uma alta freqüência de tipos selvagens registrada em altitude de cerca de 1200 m (Miranda, 1974). P. aborigineus, um possível ascendente selvagem do feijão comum, está distribuído geograficamente em toda a América Latina.
O feijão chegou ao continente africano através do Brasil, na rota inversa a do tráfico de escravo e possivelmente em tempos anteriores chegou à Ásia via Filipinas. A espécie consumida principalmente como vagens imaturas em países europeus de clima temperado e chegou nessa região possivelmente no século XVI e foi introduzida na Califórnia pelos espanhóis vindo da América.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Além do papel relevante na alimentação do
brasileiro, o feijão é um dos produtos agrícolas de maior importância
econômico-social, devido principalmente à mão-de-obra empregada durante o ciclo
da cultura. Em algumas regiões do Brasil, esta cultura é a principal sendo
utilizada como planta de subsistência, garantindo proteína barata a muita gente
a ajudando no orçamento mensal da família.
CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA
Classificação:
Divisão: Angiospermas
Tribo: Fhaseoleae
Classe: Dicotyledoneae
Ordem: Rosales
Família: Leguminosae
Gênero: Phaseolus
Espécie: (Phaseolus vulgaris )
Nome vulgar: Feijão comum
O feijão é uma planta dicotiledônea, herbácea,
anual.
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DA PLANTA
RAIZ – O sistema radicular é pivotante, com
raiz principal bem desenvolvida. Esta se ramifica com grande intensidade,
originando raízes secundárias que crescem horizontalmente até atingir 40 –75 cm
de comprimento e, posteriormente, se aprofundando no solo, atingir mais de 1 m.
Pode aparecer também, raízes terciárias e quaternárias. Cerca de 60 – 70% das
raízes funcionais do feijoeiro encontram-se nos primeiros 10 – 20 cm de
profundidade. Uma das características marcantes do sistema radicular é a
formação de nódulos de bactérias fixadoras de nitrogênio (N) atmosférico. Os
nódulos destacam-se facilmente das raízes e apresentam coloração interna rósea
e esverdeada.
CAULE – herbáceo, com porte variável, de 0,60 a 2,0 m. Apresentam pubescência de coloração cinza, marrom, de grande importância para a caracterização de cultivares.
FOLHAS – o feijoeiro apresenta 3 tipos principais de folhas:
1 – Cotiledonares (2 folhas): responsáveis pela
nutrição e fornecimento de
energia para o desenvolvimento inicial da
planta.
2 – Unifolioladas (2 folhas): formato oval,
opostas, surgem no primeiro nó
das folhas cotiledonares.
3 – Trifolioladas: dispostas de forma
alternada, tanto na haste principal como
nas ramificações.
Tanto as folhas cotiledonares como as
unifolioladas aprestam vida efêmera (curta), amarelecem e caem durante o início
do desenvolvimento vegetativo. As trifolioladas, durante o processo de
maturação, tornam-se amarelas e caem quando as vagens estão completamente
maduras.
FLORES – são dispostas em racemos (inflorescência indefinida) axilares e/ou terminais; os axilares formam-se a partir de gemas floríferas localizadas em pontos de intersecção dos ramos laterais, enquanto que o terminal ocorre na extremidade da haste principal. A flor do feijão é naturalmente autofecundada, podendo ocorrer cruzamentos naturais, geralmente favorecidos pela presença de insetos.
FRUTOS – São vagens de crescimento variável, de 10 a 20 cm, recurvada ou não, terminada geralmente em bico proeminente e de lados convexos: quando madura, apresenta geralmente a cor amarelada, podendo, todavia, ter outras colorações.
SEMENTES – Possuem forma ovalada ou achatada e
superfície lisa de coloração amarela, rajada, roxa, marrom, verde, preta, etc.
Apresentam hilo não saliente, com 3 – 4 mm de comprimento, cuja coloração
marrom, marrom claro, preto e preto imperfeito servem para identificação.
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